Como faz todos os anos, a CNBB está lançando a Campanha da Fraternidade de 2010. O tema é a economia. O lema é um texto bíblico: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24). A campanha é apoiada também por outras igrejas cristãs.
Como de vezes anteriores, a proposta feita à sociedade, de discussão de um tema escolhido, tem pertinência. À luz da filosofia da Igreja, a economia sempre deu margem a muitos questionamentos, não só hoje, mas desde que o homem surgiu na face da Terra.
A economia está na origem. Nos evangelhos, ao ser expulso do Paraíso, o homem foi condenado a buscar, com sofrimento, seu sustento todos os dias de sua vida. No Novo Testamento, Cristo o adverte de que não poderia servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro.
Com o desenvolvimento da sociedade, a questão econômica ganhou cada vez maior relevância nas relações sociais. A Igreja sempre teve dificuldades para compatibilizar seus ensinamentos com as formas de produção e repartição dos bens adotados pela sociedade.
Modernamente, o conflito se deu tanto com a desigualdade capitalista como quanto o comunismo ateu. Com a derrocada deste último, a preocupação é conter a expansão do outro, que tornou a acumulação da riqueza um fim em si mesmo, sem consideração dos meios.
Para a Igreja, Deus é o fim de todas as coisas. A sociedade, no entanto, tem transformado Deus em meio de alcançar a prosperidade e seus ganhos. Disso tem se aproveitado sobretudo o sistema financeiro, que realiza seus maiores lucros junto às pessoas menos afortunadas.
Mas o sistema capitalista tem suas próprias contradições. O discurso da Igreja o tem o humanizado. Sendo dinâmico, o sistema experimenta mudanças constantes. A inclusão já é percebida hoje como forma de sustentação do próprio sistema capitalista.
A economia sempre esteve a serviço da vida. Sem ela, a sociedade humana seria inviável.
18 de fevereiro de 2010
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