
A respiração fica ofegante, o coração dispara, uma dor muito forte surge no peito e se estende para os braços. Assim é a "Síndrome do Coração Partido" (SCP), que pode levar muita gente a pensar que está tendo um infarto.
Segundo o cardiologista Stephen C. Achuff, professor emérito da Faculdade de Medicina do The Johns Hopkins Hospital, que esteve no Brasil em junho passado para falar sobre a SCP durante o evento realizado pelo Viva Medicina Diagnóstica, a síndrome ataca principalmente mulheres acima dos 65 anos com histórico de estresse físico ou emocional. "Os índices mostram que 80% dos casos confirmados ocorrem em mulheres e estima-se que 2% dos homens e 5% das mulheres irão apresentar os sintomas em algum momento de suas vidas".
O mais comum é aparecer uma forte dor no peito, muito similar a um infarto agudo do miocárdio, mas menos intensa. Só que o paciente que sofre de SCP também apresenta alterações no eletrocardiograma e nas enzimas cardíacas. Outros sinais que podem indicar a síndrome são dores nos ombros e no maxilar, falta de fôlego, sudorese e náusea. Na fase aguda, é possível que ocorram arritmias graves e o paciente deve ser internado em uma unidade de tratamento intensivo (UTI).
Felizmente, a SCP é facilmente tratada e raramente fatal, contanto que o paciente receba o tratamento adequado nas primeiras 48 horas após sentir os primeiros sintomas. "Após o primeiro evento, a recuperação costuma ser muito eficaz e rápida. Dificilmente os sintomas voltam a aparecer", afirma Achuff.
Ainda não se sabe sua causa, mas os especialistas acreditam que durante eventos de alta carga emocional, o organismo libere uma grande quantidade de hormônios, adrenalina e noradrenalina, que impedem o movimento de contração do coração. "Entretanto, não existe uma maneira segura de se proteger da SCP. Afinal, não podemos evitar as emoções, certo?", explica Achuff.
A melhor forma de proteção continua sendo o check-up anual, pois somente dessa forma é possível perceber anormalidades no eletrocardiograma.
Carol Nogueira
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