
O comportamento pode parecer estranho, mas é facilmente explicado: sem um teste de DNA, um pai nunca pode ter certeza absoluta que o filho é realmente seu. Por isso, é evolucionariamente razoável que um progenitor gaste mais recursos com um filho que pareça mais ser legítimo.
Alexandra Alvergne, antropóloga do Instituto de Ciências Evolutivas de Montpellier, França, afirma que o comportamento é uma vantagem evolucionária, pois é frequente a existência de crianças ilegítimas. Um estudo de 2006 mostra que as taxas de filhos ilegímitimos variam de 0,8% a 30% em diferentes populações. Para o presente estudo, os pesquisadores não sabiam a verdadeira paternidade das crianças, pois isso não era relevante - e sim o comportamento dos pais com seus filhos.
Para determinar quais crianças cheiravam e pareciam mais como seus pais, a equipe de Alvergne selecionou 100 pessoas de uma aldeia distante, que não tinham contato com as crianças. Elas então combinaram uma imagem da criança com a imagem de um de três possíveis pais. Elas também cheiraram uma camiseta que havia sido usada pela criança durante uma noite, comparando com o cheiro de camisetas usadas pelos potenciais pais.
Em metade das vezes, a criança foi identificada corretamente como sendo filha do seu pai verdadeiro, e homens acertaram a combinação mais vezes com base no cheiro das camisetas, segundo a pesquisa. Depois, a equipe comparou os resultados com uma medida objetiva de investimento paterno, baseada no tempo que cada pai passava com os filhos, um questionário e uma observação de apoio financeiro e emocional. Os filhos que pareciam mais com seus pais receberam mais investimentos paterno, e também eram mais saudáveis.
Kermyt Anderson, antropólogo da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, confirma que o comportamento faz sentido, pois os pais humanos fazem muito mais investimento que outras espécies de mamíferos, por exemplo: "Em 90% dos mamíferos, o investimento paterno termina na ejaculação". Frank Marlowe, antropólogo da Universidade Estadual da Flórida (EUA), acredita que pais de culturas ocidentais agem de maneira semelhante: "Não temos motivos para crer que encontraremos resultados diferentes aqui", diz.
fonte: HypeScience.com
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