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12 de julho de 2011

Cogumelo luminoso é encontrado no Brasil após 170 anos



Existem 71 tipos de fungos que emitem luz; 12 deles estão em solo brasileiro

Teresina. Piauí. Pesquisadores brasileiros e norte-americanos encontraram no Piauí um cogumelo que emite luz e que tinha sido avistado pela última vez há mais de 170 anos.

Segundo o professor Cassius Vinicius Stevani, do Instituto de Química da USP, que participou do estudo, outras espécies de cogumelos que emitem luz já haviam sido avistadas em território nacional, contudo, todas eram de tamanhos bem menores. A espécie de Neonothopanus gardneri, encontrada por cientistas da USP e das universidades norte-americanas de São Francisco e de Hilo, no Havaí, é o maior fungo bioluminescente do Brasil e um dos maiores do mundo.

O cogumelo foi descoberto em 1840, pelo botânico britânico George Gardner, quando ele viu garotos brincando com o que pensou serem vaga-lumes nas ruas de uma vila onde hoje fica a cidade de Natividade, em Tocantins. Desde então, nunca mais foi visto. Chamado pelos locais de "flor-de-coco", o fungo foi classificado como Agaricus gardeni, mas teve de ser reclassificado após exame cuidadoso de sua anatomia, fisiologia e genética.

Stevani informou que ficou sabendo da existência de cogumelos dessa espécie por volta de 2001. De lá para cá, ele apenas recebeu relatos de que cogumelos grandes, amarelos e que emitiam uma luz haviam sido vistos em Tocantins e Goiás.

O pesquisador, que participou de expedições para a coleta do cogumelo, explica que as buscas acontecem geralmente em noites escuras, de lua nova, com lanternas desligadas.

A ciência ainda não desvendou o processo químico que permite que o fungo produza luz. Uma das teses consideradas é a de que a luz é emitida para atrair insetos noturnos, ajudando os fungos a dispersarem esporos para a reprodução. Outra diz que a luz atrai insetos predadores que atacam insetos menores que se alimentam do fungo.

Existem 71 espécies de fungos bioluminescentes; 12 delas estão presentes no Brasil. Liderados pelo cientista Dennis Desjardin, professor de Ecologia e Evolução da Universidade do Estado de São Francisco (EUA), a pesquisa será publicada na revista científica norte-americana "Mycologia".


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